O Suicídio – uma questão importante na saúde pública mundial

Acompanhe este artigo publicado em nossa última edição do Informativo MenteAberta. O tema é bastante pertinente, pois estamos entrando no mês em que mundialmente ocorre o movimento de prevenção do suicídio: Setembro Amarelo.


O tema que compartilho com o leitor é de extrema importância, complexo e polêmico, o que nos leva a refletir sobre o que faz uma pessoa a tirar a própria vida, quais são os motivos pelo qual viver se torna desinteressante.

Até hoje não existem regras definidas para esta “causa”, geralmente ocorrem em culminância com uma série de fatores, que se acumulam no decorrer da existência, tais como fatores familiares, sociais, biológicos, psicológicos, etc.

Não podemos considerar que seja um ato individual, mas também social, pois a mesma relação que há dessa pessoa com a dor que toma conta da mente, acumulam-se também estados emocionais negativos como culpa, vergonha, angústia, solidão, seguidas de ideais de morte, na intenção de dar fim a essas emoções insuportáveis.

Observamos que o ato apresenta uma característica, a pessoa procura a morte, mas de alguma forma deseja a intervenção de socorro, busca algum colega ou um familiar, na intenção de transmitir sinais verbais ou comportamentais do intuito.

As pessoas que o cercam, precisam estar atentas às manifestações expressas, e procurar auxílio de profissionais capacitados, (psicanalistas, psicólogos ou psiquiatras) os quais identificarão os procedimentos a serem adotados.

Embora a relação entre distúrbios suicidas e mentais (em particular, depressão e abuso de álcool) estejam bem estabelecidos em países de alta renda, vários suicídios ocorrem de forma impulsiva em momentos de crise, um colapso na capacidade de lidar com os estresses da vida – tais como problemas financeiros, términos de relacionamento, dores crônicas ou doenças.

Além disso, enfrentamento de conflitos, desastres, violência de todos os tipos, abusos ou perdas, e um senso de isolamento estão fortemente associados com o comportamento suicida.

As taxas de suicídio também são elevadas em grupos vulneráveis que sofrem discriminação, como refugiados e migrantes; indígenas; lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais (LGBTI); e pessoas privadas de liberdade.

Outro ponto a ser considerado se refere à Era pós-moderna, fracassos em relacionamentos, seguido das relações interpessoais, resultam na busca de alternativas para suprir decepções, muitas vezes virtuais, podendo gerar um vazio, uma solidão que elevará os níveis de angustia.

Ressalto uma particularidade do suicida, uma descaracterização da personalidade, ele não se reconhece e identifica-se com o agressor interno.

A OMS – Organização Mundial da Saúde em 2014 divulgou dados do primeiro Relatório Global para Prevenção do Suicídio, revelando que mais de 800 mil pessoas dão fim à própria vida todos os anos no mundo. Ainda de acordo com a OMS, o suicídio é um grande problema de saúde pública, cerca de 75% dos casos ocorrem em países de baixa e média renda. O Brasil é o oitavo país, nas Américas, em número de suicídios.

Como mencionei no primeiro parágrafo, é um tema complexo, não existem regras nem fórmulas aplicáveis ao estudo da natureza humana, é necessário criar uma consciência, perceber que a vida em certos momentos depende do apoio e amparo de outra vida, navegar no universo inconsciente e desvendar os sentimentos para um autoconhecimento, há meu ver é um dos maiores desafios da humanidade.

Por Julio Robinson Belli

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